domingo, 21 de fevereiro de 2010

Festa de rainhas e máscaras

Ombreando um ano mais com os carnavais de Torres Vedras, Rio de Janeiro, Veneza ou Sitges, a capital da Guiné-Bissau viveu quatro dias da mais pura festa. O maior evento cultural do país mais uma vez deixou Bissau praticamente parada. Um mar de gente inunda as ruas principais da cidade e a circulação durante algumas horas do dia torna-se impossível. As barracas de petiscos crescem um pouco por todo o lado e são milhares (mais alguns turistas) a festejar, a dançar e a beber.







Vários grupos desfilaram ao longo do fim de semana dando a Bissau uma cor especial e participaram 2ª feira nos concursos de Carnaval, apelando à unidade nacional, paz e desenvolvimento, tema da edição 2010.

A comissão organizadora classificou os concorrentes segundo três categorias: grupos, rainhas e máscaras. Na primeira categoria o grande vencedor da prova foi o grupo cultural Netos do Bandim classificando-se com 34 pontos à frente de 11 outros grupos oriundos de todas as regiões do país. Na segunda posição ficou o grupo da Região de Biombo com 32 pontos, seguido em terceiro lugar pela Região de Cacheu com 31 pontos. Os três primeiros classificados vão receber um milhão e meio de FCFA, um milhão de FCFA e setecentos e cinquenta mil FCFA respectivamente.

A rainha Yura Reginera Veigas do Sector Autónomo de Bissau conseguiu o primeiro lugar na prova das rainhas com 28 pontos, na segunda posição com 26 pontos ficou a rainha Aia Djù da Região de Biombo enquanto a rainha Cândida Cassamá do Grupo Netos de Bandim subiu ao lugar mais baixo do pódio com 25 pontos.

A prova das máscaras foi dominada pela Região de Oio que alcançou os três primeiros lugares com as máscaras números 31, 32 e 33.











A mistura de sensações é enorme e a oportunidade de ver e participar no carnaval guineense não deve ser desperdiçada. Passear pelo meio do cortejo permite viver momentos inesquecíveis e conseguir fotografias que ajudam a guardar tudo ainda melhor. Obrigado.

http://aeiou.expresso.pt/guine-bissau-pais-para-ate-terca-feira-para-festejos-de-carnaval=f565328

http://www.bissaudigital.com/noticias.php?idnoticia=5918

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Chão de areia com peixe

Um grupo diferente e mais uma visita a João Vieira. A dose habitual de praia, sol, pesca, boa comida, leitura e descanso. Como estamos na altura de colher o arroz, desta vez tínhamos mais companhia e rapidamente a praia se enchia das curiosas crianças Bijagós.

A época dos maracujás amarelos chegou ao fim mas os ciclos repetem-se e brevemente haverá mais. Mesmo sem tartarugas, cobras ou fogueiras as sensações acumulam-se e as experiências devem ser partilhadas.

As roupas foram entregues e vamos ver se chegam todas ao destino.









As ilhas deste parque nacional não têm habitantes residentes em permanência e apenas podem ser utilizadas para fins agrícolas ou religiosos. As quatro ilhas principais (João Vieira, Cavalo, Meio e Poilão) pertencem às quatro tabancas da ilha de Canhabaque, cujos habitantes periodicamente utilizam as ilhas de João Vieira e Meio para o cultivo do arroz, para a colheita de produtos das palmeiras ou para a realização de cerimónias religiosas.

O Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão está situado na parte sudoeste do Arquipélago dos Bijagós, a 10º47' - 11º07'N e 15º36'- 17º47'W. O parque cobre uma superfície de 49500ha (495 Km2) e compreende quatro ilhas principais e três ilhéus (Baixio das Gaivotas).

http://www.ibap-gbissau.org/Coneccoes/Poil%E3o.htm

Depois de Dakar vem o Carnaval.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sol nas ilhas e roupa nova

Enquanto mais a norte as chuvas e o frio continuam aqui pela Guiné-Bissau a temperatura não pára de subir todos os dias. Para animar os que estão mais longe e se queixam do clima… ficam mais umas fotografias do último fim de semana nas ilhas.

Entretanto chegaram os caixotes com roupas, sapatos e brinquedos. Obrigado. Vai haver festa e roupa nova para muitos bijagós.








quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Projecto BAOBÁ

Apadrinhar uma criança

“Existem no mundo milhões de crianças que não têm acesso aos mais elementares cuidados de saúde, aos mais básicos padrões de alimentação, de educação, de higiene, de vida. Todos conhecemos esta dura realidade. Todos já ouvimos falar, já presenciámos, já vimos imagens ou até já ajudámos ou propusemo-nos ajudar. A verdade é que infelizmente essas situações continuam a existir!

A grande maioria destas crianças vive em África. A gravidade da situação neste continente é bem conhecida, mas é particularmente evidente na região subsariana e, em concreto, na Guiné-Bissau. Aliás, a realidade deste país fala por si: a Guiné-Bissau está neste momento no 173º lugar do Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD de 2009 (num total de 182 países); para além de ser muito pobre, a Guiné-Bissau é também um país jovem, onde a média de idades ronda os 25 anos. Por isso é fácil de concluir que as principais vítimas deste défice de desenvolvimento acabam por ser os jovens e, em particular, as crianças.

O BAOBÁ – Projecto de Apadrinhamento de Crianças à Distância, dinamizado pela Associação Afectos com Letras, visa reunir apoios de madrinhas e/ou padrinhos, que contribuam financeiramente e a outros níveis de modo a permitir que as crianças da Guiné-Bissau frequentem uma escola e tenham assistência alimentar e médica.”

Para conhecer as modalidades de apadrinhamento deste projecto basta consultar:

http://afectoscomletras.blogspot.com/2010/02/projecto-baoba.html

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Matas de Cantanhez e o Dari

São algumas horas para lá chegar e passando o Quebo são pelo menos mais duas horas de muito má estrada. Depois encontramos uma floresta rica, virgem e cheia de tradições e costumes.

O Parque Nacional de Cantanhez fica no sul da Guiné-Bissau, “faz parte da região administrativa de Tombali e está marginada a este e oeste pelos rios Cumbidjan e Cacine. É conhecida pela sua riqueza florista e os seus maciços florestais, últimos elementos residuais da floresta sub-humida desta parte da Africa do Oeste.”

As visitas da CC e da JRP eram motivos mais do que suficientes para fazer uma viagem a Jemberem, aproveitar a experiência de quem sabe e passar mais um óptimo fim de semana entre histórias de encontros entre mulheres e chimpanzés. Afinal não é todos os dias que se vai para o mato com primatólogas e antropólogas procurar o dari.

Vimos alguns trilhos, vestígios, ninhos, ouvimos sempre muitos, alguns mesmo muito perto e depois das conversas com os habitantes das tabancas e de algumas horas de espera conseguimos o momento raro: ver um chimpanzé. Por momentos tudo parece parar e ficamos a olhar para ele e ele para nós. No final vale a pena passar pela lama, ter os pés dentro de água e ficar bem sujo ao melhor estilo de anúncio skip.

Desde há alguns anos que uma equipa de investigadores portugueses se dedica a estudar estes chimpanzés com o objectivo entre outros de ajudar a salvar uma espécie ameaçada.






No regresso ainda houve tempo para visitar em Guiledge o recém inaugurado museu. Com o apoio de algumas instituições guineenses e nacionais foi possível a transformação do quartel da tropa colonial em museu de Guiledje de forma a "perpetuar a história da luta pela independência da Guiné-Bissau assim como a presença dos militares portugueses que construíram o quartel e nele viveram cerca de 10 anos.

O núcleo museológico permite ainda que de forma limitada o acesso a documentos fotográficos, mapas, textos escritos, vídeos e cartas pessoais dos protagonistas guineenses, cabo-verdianos, cubanos e portugueses, que testemunham a sua vida durante a guerra colonial. As armas, a logística e os aspectos ligados à religião católica e muçulmana dos protagonistas da guerra colonial em redor de Guiledje são ainda outros dos acervos que podem ser consultados.

O quartel de Guiledje foi construído pela tropa colonial portuguesa em 1964, na actual região de Tombali, a uma dezena de quilómetros da fronteira entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conakry. Devido à sua importância e posição estratégica, a queda a favor dos independentistas do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) alterou o curso da guerra colonial a favor do movimento de libertação da Guiné-Bissau."



Mais informação em:

http://www.adbissau.org/adbissau/agenda/2009.12.09.2.pdf

http://www.ibap-gbissau.org/Coneccoes/Cantanhez.htm

http://www.adbissau.org/adbissau/noticias/2009.12.09.2.pdf

O Parque Nacional de Cantanhez foi criado a 19 de Março de 2008, cobrindo 1 075 670 hectares. Desde há mais de 17 anos que um trabalho de sensibilização da população (cerca de 40.000 habitantes) foi iniciado pela UICN com o apoio de ONG locais, nomeadamente a ONG Acção para o Desenvolvimento (AD). Após a sua criação, o Parque é gerido pelo Instituto para a Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP) em ligação estreita com as comunidades locais.”

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A praia do norte com massas

A viagem passou a demorar pouco menos de duas horas e meia. Primeiro foi a ponte euro-africana em São Vicente que facilitou e a partir de Junho do ano passado a viagem passou a durar menos uma, duas ou mais horas consoante a jangada nos podia levar ou não. Tudo ficou mais fácil. No final do ano que terminou e após vários anos de promessas, a estrada que liga São Domingos a Varela finalmente foi terraplanada. É difícil dizer quanto tempo o caminho se manterá nestas condições mas por enquanto ajuda bastante. O habitual está lá como sempre. O bom acolhimento, a comida italiana, o tempo para descansar, as ostras, os jogos de volei ou futebol... Agora a praia está também aqui ao lado e os banhos de mar ficaram ainda mais perto.