A vida continua em Bissau. Tudo está aparentemente calmo. As notícias como sempre são relativamente empoladas. Desta vez assistiu-se na madrugada de Sábado para Domingo a mais uma tentativa de golpe de Estado. Supostamente acompanhado de uma tentativa de assassinar o Presidente da Republica. As questões que se levantam são muitas e algumas não convém discutir aqui. De qualquer modo não parece de momento haver motivos para pensar que a situação volte a piorar. O que até é conveniente visto que somos praticamente vizinhos.
Deixo alguns excertos da comunicação social:
“Hoje de manhã a residência oficial de João Bernardo “Nino” Vieira sofreu um ataque perpetrado por um grupo de militares, desconhecendo-se as razões que estão por detrás do incidente, apesar de terem sido detidos cinco dos atacantes. O ataque provocou também um morto e três feridos, aparentemente todos fiéis ao Exército, e destruiu parcialmente a casa do chefe de Estado guineense.”
“Situada no centro de Bissau, a vivenda de um piso ficou com dois grandes buracos no telhado e as marcas de balas estão um pouco por todo o lado, tanto no interior como no exterior, constatou a Agência Lusa durante uma visita ao local proporcionada aos jornalistas. Todas as janelas da frente da casa têm os vidros partidos e no interior vêem-se louças, um aparelho de televisão e muitos outros objectos destruídos pelas balas disparadas pelos atacantes. A sala do lado da frente da casa é a que apresenta mais sinais de destruição, que também são visíveis no quarto do chefe de Estado guineense, cujo tecto tem um buraco. No exterior da vivenda, a Lusa viu três viaturas da Presidência praticamente destruídas, incluindo o Hummer usado por «Nino» Vieira, com os vidros partidos, os pneus furados e marcas de balas na carroçaria.”
“O Governo da Guiné-Bissau qualificou hoje de tentativa de golpe de Estado os ataques à residência do Presidente guineense, João Bernardo «Nino» Vieira, e prometeu prender e julgar os implicados naquele «acto ignóbil». Em comunicado hoje divulgado, na sequência da reunião de emergência do Conselho de Ministros, realizada domingo, o Governo classifica de «bárbara e com contornos políticos» a tentativa de assassínio de «Nino» Vieira. Para o executivo guineense, os contornos políticos deste caso decorrem das eleições legislativas recentemente realizadas no país e consideradas «por todos livres, justas e transparentes». O Governo condena com «veemência» o acto, que classifica ainda de «criminoso e antipatriótico», sobretudo porque «acontece numa altura em que o país caminha para a estabilidade».”
“Já foi detido o fuzileiro da Marinha suspeito de liderar o ataque de domingo, o sargento N'Tacha Ialá, que tinha sido destacado para o aquartelamento de Canchungo na sequência da alegada tentativa de golpe de Estado de Agosto protagonizada pelo almirante Bubo Na Tchuto, disse o comissário-geral adjunto da Polícia de Ordem Pública (POP) da Guiné-Bissau, coronel António N'haga.”
http://www.laspecula.com/index.php?option=com_content&task=view&id=1517&Itemid=1http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=1048732http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/11b05dc1797a63fb130cd6.htmlhttp://diario.iol.pt/internacional/guine-bissau-nino-vieira/1016322-4073.htmlEspero que as breves informações tenham sido úteis em Boston.