O nosso destino fica na costa da Guiné-Bissau, colado à fronteira com o Senegal, ligeiramente a norte do Rio Cacheu. Ficámos instalados num acampamento simples mas com muita hospitalidade italiana e basílico em abundância. Desta vez não houve peixe grelhado acabado de pescar mas tivemos direito a muita massa caseira acabada de fazer. Descanso e uma boa praia para recuperar das caminhadas do dia anterior.
Já me disseram que às vezes pinto a Guiné-Bissau de muitas cores e que só vejo um lado. Varela dizem que é agora uma sombra de si mesmo. No fundo tirando a praia e a paisagem, tudo parece pobre e abandonado. Em tempos esta região concorria com as praias das ilhas, hoje pelo que vi conseguimos descobrir uma aldeia perdida no tempo. Encontram-se casas destruídas devido à força do vento e das chuvas torrenciais que isolam as tabancas. O mar também nem sempre ajuda. Vêem-se muitas casas abandonadas ou que nunca chegaram a ser acabadas de construir. O comércio é quase nulo e exceptuando o acampamento onde ficámos, não há mais hotéis na zona. Pelo menos hotéis a funcionar pois as ruínas estão lá. Para juntar a tudo isto não é fácil esquecer que a região foi bastante ferida pelos conflitos militares e é ainda regularmente atingida pelos confrontos de Casamansa. Há também campos de minas delimitados nas proximidades. As comunicações são praticamente inexistentes. Não há electricidade ou serviços de saúde.
Nós regressamos ao trabalho e à campanha eleitoral em Bissau.
Nós regressamos ao trabalho e à campanha eleitoral em Bissau.
1 comentário:
Continua a pintar a Guiné-Bissau de mil cores. "On ne voit bien qu'avec le cœur. L'essentiel est invisible pour les yeux". É a maneira como olhas com o coração para a Guiné que nos ajuda a vê-la melhor. Ana
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