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Olhar um quadro de Ilídio Candja é descobrir através da mistura forte mas equilibrada das cores, um grafismo ancestral aliado a movimentos ritmicos. Já na obra de Kheto Lualualí a presença do quotidiano de Maputo é recriada a partir de personagens desenhados com as cores da terra. Na obra deste artista sente-se a sua forte afirmação africana. A obra de João Murillo é mais amadurecida e elaborada. Marcado pela sua experiência junto de artistas, com quem privou, como Bual e Cesariny. João Murillo projecta na tela a sua emotividade misturada com todo o desiquilibrio do processo criativo abstracto. Inquieto e irrequieto pinta histórias, todas elas densas na matéria com que as compõe. De África sentimos ao olhar o seu trabalho a imensidão do espaço e do tempo. Diogo Navarro, intuitivo e sensível, tem na sua obra como recorrente a paisagem. Lugares ou não lugares sempre desenhados de forma ténue, misteriosa, quase lânguida, sempre envoltos pelos céus amarelos e as cores quentes da terra africana. Na obra de Rui Jordão a calma aliada aos afectos e às memórias surgem ténues, como véus. Os recortes das figuras ou as manchas (estados de espírito?) denunciam o universo de uma vida construída. Há o rasar em pensamentos antigos, há mensagens, há o peso de uma sensibilidade aguda, há as cores como invenções de leveza.
Exposição patente até dia 13 de Abril de 2009.
Horário: 2ª a 6ªfeira, das 12H00 às 19H00; sábado por marcação.
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