terça-feira, 14 de abril de 2009

Lavagem à máquina

Mais um texto que pode ajudar (ou não) a perceber a realidade a complexa realidade guineense. As ultimas declarações proferidas pelo antigo Primeiro Ministro e actual Presidente do Tribunal de Contas, Francisco Fadul, demonstram bem qual o clima que se vive actualmente entre políticos e militares.

"O actual primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, e o CEMGFA interino, Zamora Induta, fizeram "um concluio" para eliminar o Presidente "Nino" Vieira e Tagmé Na Waié, acusou o antigo chefe de Governo Francisco Fadul.

"O Zamora (Induta) há muito queria eliminar 'Nino' Vieira, como já tinha conseguido eliminar Ansumane Mané (ex-líder da Junta Militar que derrubou "Nino" Vieira em 1999)", afirmou Francisco Fadul, em declarações à Agência Lusa, acrescentando que Cadogo (Carlos Gomes Júnior) não se sentia à vontade com Tagme Na Waié (ex-CEMGFA) e queria os militares nas mãos dele".

"Houve um conluio. Um plano. Um golpe de estado de decapitação do Estado e do Estado-Maior General das Forças Armadas", disse Francisco Fadul, respondendo à questão se estava a acusar Carlos Gomes Júnior e Zamora Induta de conspirar contra "Nino" Vieira e Tagmé Na Waié.

O antigo chefe de Governo chegou sábado de manhã (4 de Abril) a Lisboa para receber tratamento médico-hospitalar aos ferimentos sofridos com o espancamento de que foi alvo, alegadamente por militares em sua casa, em Bissau, no passado dia 31 de Março.

O espancamento ocorreu cerca de 24 horas depois de Francisco Fadul, que preside ao Tribunal de Contas (TC), ter acusado o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior de revelar atitudes de submissão perante os militares pelo que "devia demitir-se de funções".

"O primeiro-ministro fala com os militares de baixo para cima, numa atitude de completa submissão às Forças Armadas, quando na realidade ele é que é o chefe dos militares e devia dar-lhes ordens e não o contrário. O primeiro-ministro devia demitir-se das suas funções", defendeu Fadul, em conferência de imprensa realizada no passado dia 30 de Março.

Outro dos motivos por que considera ter levado ao espancamento que foi alvo prende-se com a alegada utilização, sem controlo, de dinheiros públicos pelas Forças Armadas. "Exigiram-me satisfações. Torturaram-me sobre o facto de eu ter declarado publicamente que mais uma vez eles (militares) conseguiram pressionar o Governo, amedrontá-lo para poderem levantar o respectivo pacote orçamental do sector das Forças Armadas por inteiro, sem indicação das áreas de despesa", disse Fadul."

Entretanto, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas interino da Guiné-Bissau, Zamora Induta, disse que já é conhecida a equipa que colocou a bomba que matou o general Tagmé Na Waié no Estado-Maior, no início de Março.

"Aproveito para vos dizer que nós os militares somos os primeiros interessados em saber quem colocou a bomba no Estado-Maior, felizmente já os conhecemos, conhecemos a equipa que colocou a bomba. Brevemente traremos essa notícia a público", afirmou Zamora Induta aos jornalistas no final de uma audiência com os líderes religiosos do país."

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http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/507790

http://www.panapress.com/freenewspor.asp?code=por003638&dte=12/04/2009

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