domingo, 25 de maio de 2008

Ponta Anchaca

A viagem começa debaixo de sol intenso num antigo cacilheiro lisboeta, a cor mudou mas pouco mais. Já começaram a cair as primeiras chuvas mas por enquanto todas as oportunidades são boas para continuar a exploração das ilhas e voltar a mergulhar no mar.




Estive em Bubaque e Rubane no fim de semana passado. Outra realidade e não só. Os olhos das crianças chamam à atenção. Impressiona principalmente como estão sempre a brilhar. Bubaque é tão pobre como seria de esperar (penso que a fotografia do cinema ajuda a perceber) mas com esforço ainda se conseguem imaginar algumas antigas construções coloniais e o que restou de uma cidade com muita vida. Hoje em dia é a capital administrativa do Arquipélago (e o que isso seja) e tem um cemitério de velhas arcas frigoríficas junto ao porto. Em frente, a 10 minutos de barco, fica Rubane. Mais uma ilha praticamente deserta, onde ficámos instalados naquele que dizem ser o melhor resort dos Bijagós.



Temos direito a cabanas de madeira com varanda à beira-mar, e uma vista fabulosa de mar e ilhas. Passeios pelas praias desertas de areia branca ao pôr-do-sol sempre com os pés dentro de água e muito calor. Gente simpática que sabe bem receber, muito peixe vermelho à mesa e um carppaccio delicioso.



Para aqueles que estavam mais preocupados com as escolhas literárias (BCG). Deu para ler Ian McEwan e terminar o Expiação. Muito bom. Investigação profunda do nome do livro, da vergonha, do perdão, e da dificuldade da absolvição. Vale a pena (obrigado pelo presente). Agora falta o filme.

O regresso a casa demonstra bem a imagem de marca da Guiné-Bissau e todas as dificuldades que se podem encontrar neste país. Ao chegar ao porto não tínhamos lugar para atracar e o que em muitos outros lugares do mundo seria complicado de resolver aqui parece simples. Procura-se um cargueiro gigante com alguns contentores e basta encostar. Depois é ver crianças, adultos e mais velhos a saltar de um barco para outro e ver a confusão generalizada instalada quando tudo tem de ser transportado, incluindo galinhas, porcos ou cabras, sacos de arroz e caju, panelas, alguidares, e mais o que faça falta.

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