quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Apertar o cinto

Enquanto em Portugal se discute apaixonadamente a questão da avaliação dos professores aqui na Guiné-Bissau os professores lutam (apenas) por receber os quase 5 meses de salários em atraso. Uma realidade bem diferente e que nos deveria ajudar a reflectir. Não fosse o povo guineense calmo e paciente, teríamos hoje nas ruas uma situação bastante complicada. Custa perceber como muitos conseguem sobreviver nas actuais circunstâncias.

Dizia há poucos dias a MSE da Lusa: “Vazia. É assim que se encontra a maior escola de Bissau, capital da Guiné-Bissau, com capacidade para oito mil alunos, que aguardam o início do ano lectivo, apesar de ter sido oficialmente declarado aberto em Outubro. O Liceu Nacional Kwame N'Krumah espelha o que se passa nos outros estabelecimentos do ensino secundário e básico público do país, abrangendo cerca de 400 mil estudantes. Na Guiné-Bissau o ano escolar não começou porque os professores reivindicam o pagamento de salários em atraso. Os professores guineenses iniciaram a 5 de Dezembro uma greve que só vai ser levantada depois do pagamento de quatro meses de salários em atraso. Apesar de oficialmente aberto em Outubro, os alunos nunca tiveram aulas, porque já naquele momento os professores não compareceram, exigindo os pagamentos em falta."

A grave situação pela qual estão a passar os professores do ensino público na Guiné-Bissau é alargada a toda a Função Publica. Trabalhar sem receber há quase 5 meses é a situação real em que vivem vários milhares de funcionários. A semana passada o Governo revelou não estar em condições de pagar os quatro meses salários que deve aos funcionários de Administração Pública guineense. “De acordo com o titular da pasta da Função Pública da Guiné-Bissau, os servidores de Estado devem “apertar o cinto” porquanto o Executivo de Bissau liderado por Carlos Correia não está em condições de liquidar as dívidas de salários em atraso e pediu desculpas uma vez que o pagamento de salário na Função Pública e a realização das eleições legislativas de 16 de Novembro eram as duas prioridades do Governo.”

http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=21192

http://www.guine-bissau.com/portal.aspx?link=public/viewnews.ascx&menuindex=0&newsid=3482

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