domingo, 4 de julho de 2010

Indignação solidária

"A CEDEAO manifestou-se sábado (3 de Julho) "indignada" com a nomeação de António Indjai, "único responsável pela sublevação de Abril", para a chefia das Forças Armadas da Guiné-Bissau e exortou o chefe de Estado guineense a reconsiderar a escolha.

A tomada de posição está expressa no comunicado final da 38.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decorreu na ilha cabo-verdiana do Sal, na presença de 13 delegações dos 15 Estados membros.

"A Conferência ficou muito indignada com a nomeação do General de Divisão António Indjai, ultimamente Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e único responsável pelos acontecimentos de 01 de Abril, na qualidade de CEMGFA da Guiné-Bissau", lê-se no documento.

"A Cimeira considera essa nomeação como caução dos actos de impunidade, nomeadamente de indisciplina, caracterizados no seio da hierarquia das Forças Armadas. Não é de natureza a criar condições favoráveis para mobilizar a comunidade internacional com vista à implementação do indispensável programa de reforma do sector da Segurança", acrescenta-se no documento.

Nesse sentido, a CEDEAO, "reafirmando a solidariedade" para com Malam Bacai Sanhá, presidente guineense, "convidou-o a considerar a nomeação" de um CEMGFA "não implicado" na sublevação, que levou à detenção de Zamora Induta, até então líder das Forças Armadas, que continua preso sem julgamento.

Os chefes de Estado e de Governo oeste-africanos exortaram também Bacai Sanhá a criar as condições que permitam à CEDEAO retomar os esforços de mobilização de todos os parceiros bilaterais e multilaterais destinados a acompanhar a Guiné-Bissau no arranque "efectivo" daquela reforma."

A CEDEAO solicitou à respetiva Comissão para que, em concertação com os órgãos técnicos competentes, proceder à implementação de um mecanismo de segurança das instituições republicanas.

Por outro lado, "insistiram" na necessidade de alargar o dispositivo de segurança dos testemunhos identificados pela Comissão Nacional de Inquérito sobre os assassinatos de Março de 2009 - do Presidente João Bernardo Vieira e do CEMGFA Tagmé Na Waié - "permitindo a finalização das suas actividades".

Questionados pela agência Lusa sobre a tomada de posição da CEDEAO, quer Bacai Sanhá quer o chefe da diplomacia guineense, Adelino Mano Queta, recusaram fazer quaisquer comentários.

http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/africa/2010/6/26/Organizacao-diz-indignada-com-nomeacao-CEMGFA-Guine-Bissau,40863cf2-1d09-40d3-acf7-292db869e0fc.html

Sem comentários: